Caros colegas, no próximo domingo, 31 de janeiro, dia em que deveríamos nos despedir do ano de 2017 com alegria e confraternizarmos junto à nossas famílias o encerramento de mais um ciclo, o que mais me indigna como profissional, representante de classe, e pai de família, é o fato de que muitos policiais militares, policiais civis, e bombeiros militares, além de estarem nas ruas, longe de seus entes queridos nesta data tão significativa, imbuídos da missão de promover a paz social e proteger o povo tocantinense, não poderão sequer gozar de um direito constitucional em consequência de uma má gestão de governo, que fere a lei e o principio da dignidade humana ao não realizar integralmente o pagamento do 13º salário à grande maioria dos profissionais da segurança pública, os quais compõem um dos pilares essenciais para a manutenção do Estado.
Sabemos que o 13º salário está incluso como verba alimentar, designado por lei a todos os servidores. Sabemos também que o Tocantins é um estado superavitário, conforme declaração do próprio presidente dos sindicatos dos auditores fiscais, e que, ainda assim, o governo dispõe de um ano inteiro para se programar quanto ao pagamento do abono natalino, sendo, desta forma, injustificável o adiamento e fracionamento do mesmo.
Diante de todas as tentativas infundadas de legitimar o não pagamento integral do 13º, é ainda lamentável que o governo utilize o discurso de que “mesmo com todas as dificuldades está pagando por etapa” e que “o importante é pagar”, subestimando a capacidade intelectual de seus servidores, e tendo ainda a atitude descabida de declarar que se espelha em outros estados, sendo que os mesmos são maus exemplos de uso do dinheiro público. Se quisesse seguir bons exemplos o governo não precisaria sequer sair do Tocantins, basta fixar o olhar em algumas prefeituras que estão mostrando como é que se faz o dever de casa e como de fato se impulsiona a economia.
A verdade é que o governador, além de não injetar o dinheiro que o comércio esperava, ainda contribui para o aumento do endividamento, pois, por se tratar de um direito constitucional, os profissionais da segurança pública fizeram compromisso com o décimo e alguns já haviam até vendido o abono para o banco e agora terão que arcar com juros altíssimos. Outros fizeram todo o planejamento com seus familiares, sonharam com um natal e um final de ano melhor, e agora viram seus anseios e sonhos destruídos por um ato de grande irresponsabilidade gestora.
Aos profissionais da segurança pública, desejo que Deus conceda muita saúde e nos guarde de todo mal, pois sei que, mesmo com o descontentamento de vermos nossos direitos violados, a maioria estará de serviço na virada de ano e precisará encontrar forças para cumprir com excelência a missão para a qual fomos designados.
11 de Setembro de 2024 às 12:16